O Grupo Luz e Ribalta (SP) trouxe Macunaíma de volta à sua terra, com um texto que busca resgatar um outro lado da vida de Mário de Andrade, o de diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo. Dividida em dois planos: o espiritual, onde habitam Mário de Andrade, Macunaíma e Exu; e o real, onde se encontram duas famílias que as vidas confluem para um mesmo drama, a peça se propõe a resgatar as angústias e frustrações de Mário de Andrade diante da realidade social brasileira, com seus projetos abortados durante o governo de Getúlio Vargas.
Prólogo
O ATOR E AS CIDADES
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade
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A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.
A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:
a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.
Ferreira Gullar
Evoé! e muita Lu(i)z...
Flávia Marquetti
quarta-feira, 22 de junho de 2011
UM OLHAR APRISIONADO: O GRANDE GRITO
O Grupo Luz e Ribalta (SP) trouxe Macunaíma de volta à sua terra, com um texto que busca resgatar um outro lado da vida de Mário de Andrade, o de diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo. Dividida em dois planos: o espiritual, onde habitam Mário de Andrade, Macunaíma e Exu; e o real, onde se encontram duas famílias que as vidas confluem para um mesmo drama, a peça se propõe a resgatar as angústias e frustrações de Mário de Andrade diante da realidade social brasileira, com seus projetos abortados durante o governo de Getúlio Vargas.
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