O grupo Cia dos Pés, de São José do Rio Preto, virou a cabeça do público da 23ª SLAMC com uma proposta bastante original. O espetáculo, Casca de Nós, se propõe discutir o espaço cotidiano, urbano e sua relação com o corpo a partir do deslocamento do olhar, físico inclusive. A Cia colocou toda a platéia a seus pés, deitada (melhor maneira de ver o espetáculo) em colchonetes diante da Prefeitura Municipal. Mais que uma simples inversão na forma de assistir a um espetáculo a proposta do grupo começa por alterar a forma de ver a cidade, os prédios, o que nos cerca e a nós mesmos. Ângulo novo, estranho que, ao romper com a rotina do plano horizontal do olhar, revela detalhes arquitetônicos do espaço, antes não apreendidos, redimensiona a percepção do corpo em relação ao mundo, seja nas sensações táteis do contato com o chão ou da visão, que nos ilude a partir dos movimentos leves, em “câmera lenta” realizados pelas duas integrantes do grupo.
Prólogo
O ATOR E AS CIDADES
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade
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A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.
A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:
a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.
Ferreira Gullar
Evoé! e muita Lu(i)z...
Flávia Marquetti
segunda-feira, 20 de junho de 2011
CASCA DE NÓS E O OLHAR DESLOCADO
O grupo Cia dos Pés, de São José do Rio Preto, virou a cabeça do público da 23ª SLAMC com uma proposta bastante original. O espetáculo, Casca de Nós, se propõe discutir o espaço cotidiano, urbano e sua relação com o corpo a partir do deslocamento do olhar, físico inclusive. A Cia colocou toda a platéia a seus pés, deitada (melhor maneira de ver o espetáculo) em colchonetes diante da Prefeitura Municipal. Mais que uma simples inversão na forma de assistir a um espetáculo a proposta do grupo começa por alterar a forma de ver a cidade, os prédios, o que nos cerca e a nós mesmos. Ângulo novo, estranho que, ao romper com a rotina do plano horizontal do olhar, revela detalhes arquitetônicos do espaço, antes não apreendidos, redimensiona a percepção do corpo em relação ao mundo, seja nas sensações táteis do contato com o chão ou da visão, que nos ilude a partir dos movimentos leves, em “câmera lenta” realizados pelas duas integrantes do grupo.
Agora é SLANC?
ResponderExcluiro Luis agora é NARTINEZ?
Flávia trocou um "m" por um "n" e posta um texto lindo, sensível e profundo...já vc rsrs critica e não sabe que Luiz se escreve com "Z" e não com "S".Sem levar em conta que sua critica ridícula não tem conteúdo , ao contrario do texto da Flávia que levou meu dia e minha noite nas alturas, comentando lindamente e profissionalmente sobre o Casca de Nós.
ResponderExcluirEu assisti o espetáculo bem na frente, ou bem embaixo. Foi mágico. Parecia que eu tava no meio de um sonho mesmo. Tinha momentos que eu esquecia que tinha muita gente em volta, e voltava a realidade quando eu via o rapaz la embaixo cuidando das meninas, desenrolando as cordas, puxando-as. Haja abdômen nesse trio ein!
ResponderExcluirEste é um espaço para se falar de arte, impressões dos espetáculos, e tudo que possa ter ou não encantado neles, e também nos outros eventos da programação.
ResponderExcluirAlguém que perde tempo em vir ateé aqui para ficar procurando erros de ortografia, realmente não deve levar a sério o que a arte significa. É alguém que por não ter nada interessante para dizer, ao invés de ficar quieto, fica alfinetando e falando 'abobrinha'.
Muito belo, me odiaria muito se não tivesse assistido.
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