Prólogo
O ATOR E AS CIDADES
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade
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A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.
A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:
a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.
Ferreira Gullar
Evoé! e muita Lu(i)z...
Flávia Marquetti
terça-feira, 28 de junho de 2011
Conheci o Luiz Antônio em 1967 durante a apresentação do show de calouros (Bishow) no antigo Centro Acadêmico Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (hoje Casa da Cultura que tem seu nome). Naquela noite o Luiz me convidou para integrar o TECO (Teatro de Colégio) que nesse mesmo ano transformamos em TUA (Teatro Universitário de Araraquara). Durante cinco anos, dirigido por ele, o TUA foi o manifesto vivo da nossa rebeldia. Palco de uma história que fico feliz de compartilhar com os novos e os jovens amigos que agora fiz. Obrigado Luiz...
Eduardo Montagnari (Tatoo)
segunda-feira, 27 de junho de 2011
OLHOS NOS OLHOS COM BIA E LARISSA
domingo, 26 de junho de 2011
O OLHAR SONORO DO BATE LATA
Eu poderia desfiar um rosário de bons adjetivos para expressar a qualidade do trabalho da Cia Tárcio Costa. Eu já tinha ficado encantado com o que tinha visto em vídeo. Pensei na ocasião em como Araraquara tem sorte de poder contar com um trabalho como o que Tárcio Costa conduz.
Durante muito tempo colaborei na seleção de espetáculos para o Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau... Ainda que muita coisa, bons grupos, bons artistas, boa dramaturgia, grandes direções circulem pelo universo disso que chamamos teatro infantil, não são exatamente bons trabalhos que alimentam o comum desse teatro. Tárcio Costa tem luz própria nesse universo.
Inteligente. Muito inteligente. Sensível. Muito sensível. Criativo. Muito criativo. Interativo. Muito interativo... Tudo isso e muito mais desenha o perfil do Bate Lata e Vira Lata que vimos esta tarde. Três músicos/atores puderam demonstrar com habilidade a máxima de Bertolt Brecht de que falamos no início da Semana Luiz Antônio: a de “há muitos objetos em um só objeto”, inclusive sonoros, musicais... Baldes, garrafas, chinelos são objetos que o talento de Tárcio Costa transformou em instrumentos musicais com a colaboração de Raquel Nascimento e Luiz Carlos Ferreira (músicos/atores).
Direção, texto e canções eficientes... Certamente que ao ar livre apresentação do grupo é diferente de uma apresentação em um palco de teatro. Mas, nem por isso menor... Ficamos sem a iluminação de Rodrigo de Prince (que estava no som, creio), mas em cena estavam as cores dos figurinos de Marilaine de Souza... Vale dizer ainda, que o empenho dos atores numa tarde que nos brindava com um vento frio, foi louvável (tanto quanto a permanência do público). Assim, ali na pequena Praça do Daae, as crianças e adultos presentes puderam descobrir participando, experimentando e brincando, que em tudo existe música... Porque música se faz com tudo.
O OLHAR EXÓTICO DE CASA/CABUL
A apresentação de Casa/Cabul trouxe para a 23ª Semana Luiz Antônio um olhar sobre as diferenças culturais que marcam o Ocidente do Oriente Médio, sobretudo o mulçumano, mas com uma reflexão bastante interessante: a de quanto a aparente "liberdade" Ocidental, sobretudo a feminina, encontra-se esvaziada de sentido, assim como a vida da classe média.
UM BRAVO OLHAR DA BRAVA CIA
A apresentação da Brava Cia, de São Paulo, tomou de assalto as ruas de Araraquara com o “espetáculo”: Este lado para cima – Isto não é um espetáculo. Com uma indumentária, que traz em si o próprio cenário ... ou seria o contrário?! Seja como for, o cenário/indumentária era composto por roupas que me lembraram uma mistura do esfarrapado exército de Brancaleone, rumo à libertação do Santo Sepulcro na Pré-Cruzada, a um Mad Max. O que a princípio pareciam armas de ataque, se transformaram em equipamentos de som, bancos e muito mais.
sábado, 25 de junho de 2011
OLHOS NOS OLHOS COM ANALU PRESTES
OLHOS NOS OLHOS COM LARISSA
OLHOS NOS OLHOS COM ZÉ GUILHERME 2
VALSA nº 6
UM OLHAR MARCADO POR OUTROS OLHARES: AMOR QUE NÃO OUSA DIZER SEU NOME
A Cia Filhos de Alfredo trouxe ao palco do Teatro Municipal olhares antagônicos, mesclando os assassinatos cometidos pelo maníaco do Trianon e o julgamento de Oscar Wilde à omissão e vergonha dos familiares dos homossexuais assassinados juntamente com a condenação de Wilde, pela sociedade inglesa.
UM OLHAR ARROJADO SOBRE VALSA Nº6
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Sonhos para vestir
UM OLHAR TECIDO EM SONHOS ... PARA VESTIR
Sara Antunes, que já nos havia encantado ontem com Negrinha, hoje nos levou ao mais delicado arranjo de lembranças, desejos e hipóteses construído de/sobre palavras. Interagindo com o público e tecendo a partir desta intervenção toda a “dramaturgia” do espetáculo, Sara demonstra, como já o havia feito no espetáculo anterior, um domínio absoluto sobre este difícil e arriscado jogo. Como nos antigos desenhos para bordar, ela preenche, a partir de um contorno delineado, todo o espetáculo.
UM OLHAR CHEIO DE GRAÇA: O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ
O Grupo 59 trouxe uma deliciosa montagem para as crianças da 23ª SLAMC, mesclando música, dança e textos, todos com ótimas interpretações. O jovem grupo de São Paulo fez a alegria dos pequenos (e dos grandes), que se encantaram com as estripulias em torno de diversos animais surpreendidos pelo amor de um gato por uma andorinha. O trabalho de corpo é um dos destaques, como o saltitante sapo e a irrequieta andorinha, contando ainda com vozes muito afinadas no canto e expressivas sonoridades “imitando” os animais, os atores criaram um verdadeiro universo mágico, praticamente sem cenário, com indumentária simples, mas muito criativa, com alguns poucos instrumentos musicais, que pontuavam certos momentos ou serviam de acompanhamento para as canções, mostrando explicitamente as transformações e o revezamento dos atores nos diversos papéis, o Grupo 59 demonstrou segurança e muito entrosamento. Ao final, o bônus, segundo os integrantes, apresentado em forma de canção, fez o público sair ainda mais risonho e feliz. Ótima maneira de criar, nas crianças, o gosto pelo teatro.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
OLHOS NOS OLHOS COM ZÉ GUILHERME
O OLHAR SINESTÉSICO DE NEGRINHA
UM OLHAR PARA O PASSADO: CHÁ DAS DUAS
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O grande grito
UM OLHAR APRISIONADO: O GRANDE GRITO
O Grupo Luz e Ribalta (SP) trouxe Macunaíma de volta à sua terra, com um texto que busca resgatar um outro lado da vida de Mário de Andrade, o de diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo. Dividida em dois planos: o espiritual, onde habitam Mário de Andrade, Macunaíma e Exu; e o real, onde se encontram duas famílias que as vidas confluem para um mesmo drama, a peça se propõe a resgatar as angústias e frustrações de Mário de Andrade diante da realidade social brasileira, com seus projetos abortados durante o governo de Getúlio Vargas.