Prólogo
O ATOR E AS CIDADES
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade
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A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.
A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:
a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.
Ferreira Gullar
Evoé! e muita Lu(i)z...
Flávia Marquetti
Sobre isso, digo que, por essa razão que o teatro é tão rico e transformador. Aliás, algo me chamou a atenção...foi a interpretação da personagem "Flávia" que foi bastante intensa e verdadeira. Da mesma forma, fiquei impressionada com a naturalidade da atuação da personagem "Luciene"(secretária do clube). Que bom que o teatro nos permite isso! Abordar e sentir as peculiaridades da vida em sociedade.
ResponderExcluirMárcia Senna
muito bom. Será que eles voltam? Fui sozinho e não consegui falar com ninguem sobre o que eu tinha visto. Fiquei no hiato...como diz o nome do grupo. Que alias, achei um nome otimo. É o proprio argumento da peça. Não?
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