Cassiano, lembro bem do espetáculo do XPTO, com um texto do Lorca, que nenhum de nós gostou, lembro que comentei a proposta, mas que o grupo não a havia atingido por n fatores que não cabem aqui.
No caso da Inadequada acredito que é outra coisa, não sei se é só a minha leitura do espetáculo e não a proposta consciente do grupo, mas vá lá, é uma leitura que o espetáculo propiciou. O que o incomodou e a outros é a fragmentação da cena, essa pulverização que não permite ter, se quer, um fio condutor. Qual era a “história” da Inadequada? Nem eu respondo essa, o tema era futebol, mas não tinha história, nosso gosto teatral, no qual me incluo, pede um desenvolvimento dramático no qual vemos não só o esboço de um personagem, mas aquela densidade do teatro que faz com que naqueles minutos toda a existência se revele numa cena e isso não há na proposta da Inadequada.
Agora, se você quer que eu me posicione do tipo gostei ou não gostei do espetáculo, que é outro tipo de julgamento e que nem caberia a mim aqui, eu me posiciono... não sei se gostei ou não, é diferente e isso sempre me atrai, você sabe, gosto de quem se arrisca, mas só vi esse espetáculo neste formato até hoje e com apenas um espetáculo não dá para ter um critério de se gosto ou não, talvez a gente se encontre mais pra frente, vendo outros espetáculos deste tipo e eu chegue a conclusão que não satisfaz o desejo de teatro almejado por mim, talvez, mas para isso preciso ver muitos outros espetáculos da própria Cia Inadequada e de outras companhias que usem a mesma linguagem fragmentada. Mas o espetáculo valeu, com certeza, por despertar esses cruzamentos.
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