Prólogo

O ATOR E AS CIDADES

O homem está na cidade
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade

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A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.

A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:


a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.

Ferreira Gullar



Evoé! e muita Lu(i)z...



Flávia Marquetti



terça-feira, 19 de junho de 2012

Tour

Oi, Wilton! Infelizmente eu não pude ver o Em Trânsito na Ludicidade, que bom que você postou um comentário aqui no Blog. A respeito da sua sugestão, de se realizar um tour pela cidade exclusivamente com grupos de Araraquara, acho ótima. Os projetos podem ser pensados pelos artistas e apresentados para as instituições da cidade ou ainda para editais públicos. Como também acredito ser muito saudável os grupos se organizarem, afinal a Semana Luiz Antônio também nasceu e se manteve por mais de 10 anos como uma atividade exclusivamente dos artistas até mostrar ao que veio e ser incorporada oficialmente ao calendário da cidade. A APAU de ARARA lutou pelas reivindicações dos artistas da cidade na época, o que todos desejavam: não só poder mostrar sua arte, mas principalmente ter uma política cultural para Araraquara, receber informação, cursos, oficinas, profissionalização para os atores... Enfim, poder trocar experiências e crescer com o diálogo com outros grupos, de fora daqui, já que todos nós, enquanto artistas, nos sentíamos isolados em nosso “mundinho de interior” e carecíamos muito de formação, informação. E mesmo depois de incorporada ao calendário da cidade, continuamos lutando para que não fosse descaracterizada a proposta inicial da SLAMC, que pode ser resumida na troca entre grupos diferentes, entre propostas estéticas distintas umas das outras, na pluralidade. Fico feliz de saber que poderemos ter mais um evento impulsionado pelos grupos de teatro de Araraquara e, melhor, hoje eles podem contar com auxílios para viabilizar a proposta, como editais, PROAC e outros, que a APAU de ARARA nunca nem sonhou... Vou adorar ver a produção do pessoal da cidade, mãos a obra!!! 
Flávia Marquetti

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