Prólogo

O ATOR E AS CIDADES

O homem está na cidade
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade

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A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.

A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:


a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.

Ferreira Gullar



Evoé! e muita Lu(i)z...



Flávia Marquetti



quarta-feira, 15 de junho de 2011

23ª Semana Luiz Antônio abre temporada com “Édipo”




O tema “Olhares Múltiplos” permeia a programação da 23ª Semana Luiz Antônio Martinez Corrêa – Festival de Teatro (SLAMC), que se inicia no dia 17, em Araraquara, seguindo até 26 de junho. Com realização da Prefeitura de Araraquara - por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundart e com a parceria do SESC, SESI, SENAC e Oficinas Culturais Lélia Abramo do Governo do Estado de São Paulo – a SLAMC chega com mais de 20 espetáculos teatrais e uma grande programação complementar.


A programação do dia 17 se inicia com o Grupo Teatro Andante (Belo Horizonte - MG), que apresenta “A História de Édipo”, às 20h30, na Praça Pedro de Toledo. Às 23h59, no saguão do Teatro Municipal, a X Turma de Teatro – Barão de Mauá apresenta “O Horácio”.


Também, no saguão do Teatro Municipal, de 17 a 26 de junho, haverá a exposição fotográfica “‘Interiolhar’’, com fotos de cena de Maribel Santos.


Os ingressos para “O Horácio” serão distribuídos a partir das 13 horas, na bilheteria do Teatro Municipal, sendo até dois ingressos por pessoa. Para o espetáculo de abertura, na Praça Pedro de Toledo, não é necessário ingresso. Toda a programação é gratuita.




“A História de Édipo” - Grupo Teatro Andante (MG)

Teatro Andante apresenta “A História de Édipo” em versão para a rua

O Grupo Teatro Andante apresenta na rua, através de um espetáculo ousado, dinâmico e contemporâneo, a história do mito de Édipo, escrita por Sófocles, há 2500 anos, e famosa até os dias de hoje.


Através da investigação sobre a morte de Laio, o Rei Édipo, descobre a grande surpresa que o destino lhe reservou: ele, sem saber, casou-se com a própria mãe e assassinou o próprio pai. Assim, configura-se um dos mais famosos mitos trágicos da humanidade: a história do homem que, em busca de suas origens, instaura os princípios da ética que nos conduz.


Édipo Rei - Nessa releitura do mito de Édipo para a rua, o objetivo do grupo é levar as histórias famosas da humanidade para parcelas da população que não freqüentam as salas comerciais de teatro. Para isso, o Grupo Teatro Andante construiu um espetáculo contemporâneo, ágil, ousado na linguagem, politicamente atual e contundente na comunicação com o público.


É um texto atual porque grande parte das pessoas já ouviu falar em Édipo, ao menos através do famoso “complexo do Édipo”, popularizado pela psicanálise. Mas o mito de Édipo é mais do que isso: fala da ambição do poder, da impunidade, dos limites do público e do privado, da importância de cada pessoa assumir sua própria história, da grande questão entre a determinação do destino e o livre arbítrio.


O teatro sem truques, o jogo explícito e compartilhado com o público, sem rotundas, sem coxias, o espaço em forma de arena, são elementos da pesquisa do grupo, mais uma vez presentes nesse espetáculo. Fortificando sua pesquisa no trabalho do bastão, na pré-expressividade, no jogo do ator, e entre o ator e os outros elementos da encenação como a música e o espaço cênico, o Grupo Teatro Andante volta à rua, cara a cara com a platéia, fazendo do público o “povo de Tebas”.


A trilha sonora é realizada ao vivo, com guitarra, acordeom e elementos de percussão. O cenário é um andaime: um palanque, uma tribuna, um monólito que dá a dimensão para criar a relação de grandeza da tragédia.


Sem dúvida esta será uma ótima oportunidade para o público assistir “Édipo Rei”, escrita por Sófocles há 2500 anos.


Em 50 minutos de encenação, com texto de fácil entendimento e sem carregar na dramaticidade, o Teatro Andante apresenta a história de Édipo e Jocasta, a peça clássica grega mais popular, sempre montada com as mais diversas adaptações e interpretações em todo o mundo.


Grupo Teatro Andante - É hoje um dos mais atuantes e importantes grupos de teatro de Belo Horizonte, tendo participado de festivais nacionais e internacionais. Fundado por Marcelo Bones e Ângela Mourão, em 1990.


Durante toda a sua história de 20 anos de existência, o Andante tem tido como fios condutores de suas produções a pesquisa de linguagens teatrais e a descentralização artística e difusão do teatro para parcelas da população que não têm acesso às casas de espetáculos e que estão fora dos eixos culturais.


A marca do Grupo Teatro Andante é realizar espetáculos com grande qualidade artística e técnica, dirigidos a qualquer público e que possam ser apresentados em espaços variados. Entre outros eventos, o Grupo participou do projeto Palco Giratório do SESC-Nacional se apresentando em 35 cidades de 17 estados brasileiros. Fez parte de projetos como, Trilhas da Cultura, patrocinado pela empresa Belgo Mineira – Arcelor Mittal.


O Grupo também desenvolve oficinas, tais como técnicas corporais, máscaras teatrais, palhaço, técnica e dramaturgia para teatro de rua, formação de educadores, entre outras, uma vez que seus integrantes são professores de teatro.


Interessado no intercâmbio artístico, o grupo participa de ações de compartilhamento e formação, e de movimentos teatrais locais, nacionais e internacionais. O Circuito Off (reunião de grupos que realizam ações integradas em Belo Horizonte), o Redemoinho (que agrega 41 grupos teatrais de todo o Brasil com o objetivo de discutir, promover intercâmbios, trocas de experiências e ações integradas) e o Linea Trasversale (aliança internacional com sede na Itália, que realiza encontros de compartilhamento e estudos) são exemplos da atuação do Andante.


Ficha Técnica
Direção: Marcelo Bones
Elenco: Angela Mourão, Beto Militani, Gladys Rodrigues, e Glauco Mattos
Ator local convidado: Luciano Pacchioni
Adaptação, concepção e produção: Grupo Teatro Andante
Dramaturgia: José Carlos Aragão
Iluminação: Chico Pelúcio e Felipe Cosse
Figurino: Marney Heitmann
Direção Musical: Claudia Cimbleris
Duração: 50 minutos

Um comentário:

  1. E ai Galerinha, to morrendo de inveja de vocês que poderão acompanhar essa semana maravilhosa... Desejo toda sorte do mundo e lindos espetáculos..

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