Prólogo

O ATOR E AS CIDADES

O homem está na cidade
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade

.....................................

A arte do ator é feita de chegadas e partidas, a cada cidade uma nova experiência, em cada uma ele deixa um pouco de si e leva um pouco de tudo: rostos, risos, lágrimas, histórias, vivências, sensações. O trânsito, a mobilidade é a pátria do despatriado ator, vagar entre culturas, costumes e tempos diferentes é sua sina e paixão, pois ele se compõe e recompõe de cada momento. Tolo é aquele que pensa que a arte morre, tem seu lugar determinado por marcas geográficas, por cronologias... a arte foge de todo e qualquer enquadramento, não cabe no mapa, pois é cigana, não (re)conhece fronteiras, ela se constitui a partir do trânsito, do vagabundear do ator, seu veículo. Em sua carne e expressões ela ganha corpo e reflete os rostos de todos os homens de todos os tempos, arguta e criativa, ela mimetiza o mundo e esse seu habitante conturbado, o Homem e é adsorvida por ele.

A 24ª Semana Luiz Antônio traz a criativa itinerância que brota da releitura de grandes clássicos, de personagens que vagaram pelo mundo e foram incorporando os novos tempos, as novas cidades e estéticas. Em seus corações pulsam as lembranças da origem, mas em suas vestes o novo, o arrojado trânsito por locais insondáveis. E como diz o poeta:


a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa.

Ferreira Gullar



Evoé! e muita Lu(i)z...



Flávia Marquetti



domingo, 27 de junho de 2010

11º CRUZAMENTO - Varanda - Atelier Lauro Monteiro – Paraty/RJ

Lauro, seria muito bom ter as coisas todas das antigas Semanas registradas, não há dúvida, assim um pouco da história de Araraquara não se perderia. A Euzânia exibiu no Café de Investigação da Edna Portari um vídeo da 1ª Semana, lembra?! Aquela que fizemos na frente da Casa da Cultura pela manhã e no atelier da Euzânia à noite e foi muito legal ver todo o pessoal, muitos já se foram, como o Wilcon, a Cecília, outros estão longe, como o Evaldo Barros, hoje morando em Portugal, o pessoal do Jatubá fazendo uma leitura dramática, sem falar na exibição do Osni e da Eda na frente da Casa da Cultura, na parte da manhã, ali onde fica a Banca Espírita, os meninos da Radio Brasil, dirigidos pela Bernadete Passos e tanta gente que se esforçou, lutou, trabalhou de graça e colocou dinheiro do bolso para que hoje a XXII Semana Luiz Antônio Corrêa aconteça com esse brilhantismo. Sem dúvida é necessário resgatar essa história.

Flávia Regina Marquetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores